Geralmente quando surge alguma movimentação política espontânea, que está desconectada dos modelos de luta política tradicional e que na maioria das vezes desaparecem assim como apareceram (instantaneamente), ou até mesmo, quando o chamado lixo moderno invade as casas, corpos, bocas e mentes dos modernos, seja na violência sem medida e gratuita de jovens ricos contra índios e nordestinos ou na prostituição forçada de crianças nas esquinas (quem nunca viu?!); Seja nos acoplamentos tecnológicos simples, como celulares a mão (a extensão dela), cameras, pen-drives, silicones, próteses, células tronco e a nano-tecnologia com sua promessa de pós-humanos curados de sua fraqueza humana, curados de seu corpo; Na Mac-alimentação transgênica e gordurosa, remédios e rações alimentares com suas promessas de corpos “modernos perfeitos”.
Em suma, cada vez que os modernos deparam-se com o que “parece” não encaixar-se na natureza e na cultura moderna, os críticos dizem, isso é coisa dos pós-modernos.
Não defendo a sociedade pós-moderna como um ideal (seria moderno demais isso – a busca de uma sociedade globalizada), mas sim, compreendo a existência do andar constante e ascendente de sombras e carnes pós-modernas na sociedade contemporânea. Aceitou sua existência. E essas são posições totalmente diferentes. O que não parece encaixar-se (para os modernos), podemos pensar sim, como produto atrelado a modernidade. Uma criatura que volta-se contra o criador.
Aceitando a pós-modernidade, tenho a possibilidade de compreender o mundo atual sobre um ângulo diferenciado (e amplo). Percebo a pós-modernidade como um interregno, uma situação o qual aceito como viva mesmo que em estado de decomposição do corpo moderno. Uma Post-Modernidade. Uma repulsão do corpo (da sociedade) de seus vírus e doenças (promessas modernas de sociedades perfeitas). Somos resultados de uma situação de descrédito com os ideais modernos (são “n” ideais) que prometeram um mundo (perfeito) e nos apresentaram a barbárie.
Portanto, ao aceita-la, posso combatê-la com potência. Estou nela, sinto ela, sou visto como um membro, sou aceito. Sou pós-moderno.
Os críticos sonham em combatê-la, mas nem a entendem. Em suas cruzadas, acabam apenas por propor a sustentação da modernidade e suas razões iluminadoras que segundo a segundo promovem o aprofundamento da morte, do desconforto e da fome. Conseguem apenas olhar para trás.
Por fim, aprofundam a ascendência da própria “situação pós-moderna”.
A contradição explicitada.
Lucio Uberdan
“Sua promessa de pós-humanos curados de sua fraqueza humana, curados de seu corpo;”
Ahhhhhhhh, Lúcio, MUITO BOA!!!
Fiquei horas nessa frase pensando em Descrença na “Ciência/Humana”…
Teu texto causa ansiedade. Ele instiga pensar sobre maus momentos desse tempo.
ABRAÇO
Legal “Anônimo”…rsrsrs
Você já tinha falado outras vezes sobre “descrença na Ciência”…
Qual sua digamos “angustia” sobre isso?
Valeu os comentários viu…são muito legais..um abraço
“Situação de descrédito com os ideais modernos” Minha angústia está MUITOOO neste techo.
Não consigo achar um pensamento “científico” para pesquisar. Algo que me dê segurança… e continuidade certeira numa ação que (alivie) dor, etc. O pensar a situação do mundo, das relações humanas me agustiam MUITOOO.
E por falar em pós-moderno:
“O capitalismo tardio não é mais apreendido como modo de produção, mas como produção de mundos, e consiste precisamente em negar ao ser humano a criação aberta de outros mundos possíveis – outras ideologias, outras saídas, outros modos de vida – restringindo-o à possibilidade de um único mundo sem alternativas.”
/Márcia Denser/
VEJA, se houver interesse:
http://congressoemfoco.ig.com.br/DetArticulistas.aspx?colunista=11&articulista=325
ABRAÇO
P.S: Quero ver mais fotos…